A primeira coisa que me chamou a atenção sobre G.I. Joe na Argentina é que, mesmo sendo muito procurado por colecionadores estrangeiros, tem menos informações sobre ele do que outros lugares como EUA, Brasil e Reino Unido. Acessórios, por exemplo, não estão em nenhum catálogo, o que torna mais difícil situá-los. Até mesmo os anos em que foi lançada cada série é motivo de controvérsias e discussões pela internet. As informações colocadas aqui foram uma verdadeira montagem de um quebra-cabeças.

No país vizinho, os Joes foram produzidos localmente, na fábrica da Plastirama em San Luis. A fábrica funcionou ali entre 1987 e 1994 produzindo brinquedos dos Flintstones (Picapiedras), Lucha Fuerte (que usava moldes do He Man para criar bonecos baseados em um programa de luta livre na TV da época) e, claro, G.I. Joe.¹

A qualidade dos itens argentinos era bastante inferior se comparado aos originais, e até as embalagens eram mais frágeis. Isso fez com que menos itens chegassem inteiros até os dias de hoje. Mesmo assim, eles fazem muito sucesso entre os colecionadores, mesmo que estejam bastante detonados, em especial os chamados Argen7, compostos pelos 6 bonecos da série de 1989 exclusivos do país, mais o Cobra Invasor², que era o Snake-Eyes V1 com um emblema do Cobra no peito, assim como o Cobra Invasor brasileiro.

Aliás, muita coisa na linha argentina parece ter sido inspirada no Comandos em Ação e nos Comandos Heroicos mexicanos, principalmente nomes. Em alguns catálogos, as ilustrações ostentam o logo da marca brasileira, evidenciando que a arte daqui foi utilizada.

A Plastirama fechou suas portas em 1994, em um contexto de crise do setor de brinquedos causada pela paridade cambial entre o dólar e o peso, que fez com que o mercado argentino fosse inundado por produtos asiáticos mais baratos. Na época, cerca de 190 fábricas de brinquedo fecharam no país, o que correspondia a uns 80% do mercado³.

Mas a história de G.I. Joe na Argentina não terminou por aí. Curiosamente, parece que estoques de bonecos e veículos não comercializados foram encontrados em algum galpão, e mais tarde reembalados e vendidos como C.O.P.S., Johnny Ques ou Trinchera⁴, sem nenhuma menção a G.I. Joe.

Esta sessão de itens argentinos tem a intenção de ser apenas uma catalogação para referência, uma vez que não temos acesso a todos os itens da coleção, e por isso nem todos os perfis terão fotos inclusas. Adicionaremos, no entanto, o que formos conseguindo.

Notas